COMUNICADO DE CEIVAR

Em resposta à convocatória de urgência realizada por Ceivar nas últimas horas, 120 pessoas concentravam-se na tarde de onte na Praça da Princesa de Vigo e 70 na Praça do Pam de Compostela para exigir a imediata liberaçom dos três militantes independentistas detidos na madrugada da passada sexta-feira em Portozinho.

Ambas mobilizaçons estivérom vigiladas de perto por várias dotaçons antidistúrbios da Polícia espanhola e agentes à paisana sem que uns e outros provocassem nesta ocasiom incidentes significativos.

A tentativa de exprimir a solidariedade com os militantes galegos que actualmente permanecem incomunicados em maos da ‘Guardia Civil’ desenvolveu-se com relativa normalidade em ambas localidades. Na capital galega, os uniformados acordonárom a mobilizaçom no seu decorrer até o bairro de Sam Pedro, onde se leu o comunicado informativo redigido polo nosso organismo. A câmara que a Polícia espanhola tem situada na céntrica praça compostelana filmou em todo momento @s participantes no acto solidário, validando por enésima vez, dado que a ‘ordem pública’ já estava garantida pola presença das FSE, a tese de que estas câmaras desempenham entre outras funçons de vigiláncia política.

A denúncia da aplicaçom de legislaçom especial ‘antiterrorista’, com um período de incomunicaçom que, segundo o diário espanholista La Voz de Galicia, esgotará as 120 h. e as palavras-de-ordem ‘Defender a Terra nom é delito!’ ou ‘Audiência Nacional, sequestro legal’ vertebrárom o discurso das duas mobilizaçons. Tanto num quanto no outro caso, @s manifestantes exprimírom a sua preocupaçom polo trato psicofísico de que podam ser objecto durante os interrogatórios Santiago Vigo Domingues, José Manuel Sanches Gorgas e Adriám Ponte Sande.

Valorizaçom altamente positiva da resposta

De Ceivar valorizamos de forma altamente positiva a participaçom cidadá nestas mobilizaçons, trazendo em conta o tempo récord –menos de 24 h.- em que ambas fôrom convocadas e o clima de satanizaçom informativa que a ‘Delegación del Gobierno de España’ na Galiza administrativa decretou para a prática totalidade dos media fieis às directrizes ‘antiterroristas’. Queremos destacar, também, a nossa percepçom subjectiva de que em certos sectores nacionalistas da sociedade galega se está a produzir um ponto de inflexom ou de distanciamento crítico face as versons oficiais no caso de detençons de independentistas galeg@s.

Situamos este processo, na sua fase mais recente, nas detençons de dez militantes independentistas em 14 de Novembro de 2005, data na que trás 48 h. de linchagem mediática unánime todas as detidas e detidos saiam em liberdade encontrando-se, ainda, a dia de hoje, provavelmente imers@s em processos judiciais de que desconhecem a sua configuraçom e dimensom. Naquela altura, para além de filiaçons e simpatias, destapava-se ante milhares de galeg@s nacionalistas ou simplesmente democratas a realidade objectiva da submissom canina dos meios às notas de imprensa que emite Manuel Ameijeiras ou a ‘Comandancia de la Guardia Civil’ na Crunha.

Por outra parte, a concorrência nestas mobilizaçons de dezenas de nacionalistas que politicamente estám distantes dos postulados que a imprensa ‘oficial’ atribue aos detidos denota, aliás, umha incipiente rebeliom contra determinados presupostos de ‘correcçom política’ representados paradigmaticamente nas posiçons exprimidas polo porta-voz nacional do BNG Anxo Quintana, que sacrificam princípios democráticos básicos, como a solidariedade com cidadáns prendidos polas forças de ocupaçom, a presunçom de inocência e a denúncia da aplicaçom dumha legislaçom que ampara a tortura, ao alineamento com os que de forma mais do que discutível se autodenominam em tom exclusivista e excludente como ‘os democratas’, apesar de aceitarem no nome da “eficácia antiterrorista” umha legislaçom que vulnera direitos humanos básicos e que tem sido denunciada polo Relator da ONU contra a Tortura.

Do nosso organismo valorizamos também de forma muito satisfactória esta superaçom de certos temores atávicos à criminalizaçom particularmente asentados na sociedade galega e que, à hora da verdade, se traduzem em posiçons indefendíveis de umha óptica puramente democrático-formal e práticas vergonhentas de submissom à ‘versom oficial’ e alineamento político com o Estado que denega a este País o exercício dos seus direitos colectivos. [Voltar ao inicio desta nova]